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Golf Papa India

 

A apresentação de Golf Papa India ficou sob responsabilidade do policial federal e escritor Alexandre Fraga, autor da série Impuros do canal Fox e dos livros Oeste - A guerra do jogo do bicho, Quando os demônios vão ao confessionário e Canibal de Copacabana, contribuindo com o engrandecimento dessa nova aventura literária. Estamos muito honrados com a colaboração desse grande policial e autor em Golf Papa India, e os leitores presenteados com essa participação especial.

Boa leitura!

Tomazi e Vinicius.

 

 

Apresentação

 

É difícil, ou ao menos pouco provável, que alguém não se lembre de onde estava no dia 11 de setembro de 2001, data do ataque mortal desferido por Osama Bin Laden contra as Torres Gêmeas. Ou no dia 1º de maio de 1994, quando Ayrton Senna encontrou sua última curva, a Tamburello.

Sem querer comparar essas tristes e inesquecíveis tragédias quanto à dor por elas causada, a data que quero relembrar é a de 8 de julho de 2016. Semifinal da Copa do Mundo, Brasil x Alemanha. Mineirão lotado. Na virada do primeiro para o segundo tempo, a camisa mais tradicional do planeta apanhava de inacreditáveis 5 x 0. Enquanto grande parte do país chorava, humilhado, um grupo de policiais federais não tinha direito a lenço: "Como é que a gente vai tirar esses caras daqui?"

Pois bem: essa poderia ser, por exemplo, a missão mais simples desses homens... prevenir para não ter que remediar. O problema é que, na maior parte das vezes, o grupo tático é chamado para "remediar". Impossível não recordar o fatídico evento do ônibus 174 sem indagar: e se aquela equipe tivesse o treinamento descrito neste livro, com critérios de rigidez monástica? A moça teria morrido? Provavelmente não.

Da mesma forma, o dia-a-dia nos apresenta novas crises, como o sequestro do ônibus na ponte Rio-Niterói, que culminou com o abate do terrorista – não tem outro termo para o desfecho, não me venham chamar o sujeito de maluco – mostrando a clara evolução da parte tática policial. Vimos, à luz do dia, um atirador de precisão salvar crianças, adultos, idosos, mulheres, homens não apenas com seu fuzil, mas com seu posicionamento, disfarce, treinamento...

É disso que trata o livro: a formação de um homem operacional na Polícia Federal. Desde o recrutamento, entrevistas, análise de perfil até o curso promovido pelo COT – Comando de Operações Táticas – e a designação para cada estado da federação.

Nas palavras dos autores Fabiano Tomazi e Vinicius Tadeu Corrêa, "o operador tático deve ser forjado com perfil profissional multimissão e estar apto a cumprir qualquer missão que exija o emprego de recursos diferenciados". Traduzindo: o homem de operações tem que ser "safo". Quem não se lembra da cena sensacional, veiculada em toda a mídia, em que dois policiais federais apostaram uma corrida com uma aeronave de um traficante e, simplesmente, impediram a decolagem com um cavalinho de pau?

Ou, para os mais próximos e mais antigos no Departamento de Polícia Federal, a caçada à família Araquan – responsável pelo homicídio de nosso saudoso colega Klaus*, atingido dentro do helicóptero da "Firma" (Afronta!) - com o uso de toda a força tática da PF – COT – na empreitada pela caatinga no sertão nordestino? Para o homem comum, isso é coisa de televisão; para o operador tático, pode acontecer a qualquer momento.

A missão do GPI – Grupo de Pronta Intervenção – é encarar as maiores "enrascadas", desde um 7 x 1 contra a seleção brasileira em território nacional (o GPI era responsável pela segurança do infeliz time), até quadrilhas que fecham cidades inteiras por esse Brasil afora, aprisionam policiais dentro do próprio xadrez para assaltar bancos públicos, privados e o que houver pela frente; piratas que agem em alto mar, com poder de fogo para tomar embarcações do mais alto porte; e, é claro, terroristas que começam a simpatizar com a hospitalidade verde-amarela.

No decorrer da narrativa, o leitor vai entender que, sim, o "Jack Bauer" – aquele policial que pilota desde um helicóptero até uma embarcação náutica de combate; domina desde o Judô, Jiu-Jitsu, Boxe Chinês e MMA; atira, desmonta e remonta qualquer arma que se lhe apresentar; ataca de paramédico em situações de emergência – existe... é de carne e osso, mais realista do que na TV, e é brasileiro.

Em seu novo livro, Tomazi e Vinicius detalham com preciosismo o funcionamento das 23 unidades táticas da Polícia Federal, desde a criação do primeiro GPI, no ano de 2009, até os dias de hoje. Como uma verdadeira aula de História, o leitor conhecerá a dureza de encarar uma missão no Haiti, país depredado por ditadores como Papa-Doc e também por terremotos que não pouparam nem mesmo o Palácio Presidencial. Ainda, como autênticos nômades, os autores vão se embrenhando cada vez mais nas missões da ONU, e as "furadas" se transformam em um exercício espiritual que, na literatura, ganha o nome de "chamado à aventura": São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Haiti; cólera, ebola, HIV, epidemias, fome, saques, caos, violência...

O que leva o homem que nasceu num país tropical e pacífico - apesar de nossas mazelas - a buscar, de forma incansável, os nove círculos do inferno de Dante? Talvez seja a sua faixa-preta de Jiu-Jitsu... talvez seja o mestrado em Kungfu... talvez seja o escudo da Polícia Federal... Penso, no entanto, que é algo muito maior: seu coração.

GOLF PAPA INDIA: no final, a PF sempre vence!

 

Alexandre Fraga

Setembro/2019

 

* Em 25 de setembro de 2003, o Agente de Polícia Federal Klaus Henrique Teixeira de Andrade foi morto em ação, durante operação no Município de Pilão Arcado/BA, quando tripulava o helicóptero Caçador 06. Esse fato se deu no decurso do combate à quadrilha, conhecida, na cidade em questão, como família "Araquan", em assalto ao Banco do Brasil S/A. O policial federal foi atingido por um tiro de fuzil no decorrer de voo de abordagem realizado àqueles assaltantes, exatamente no momento em que tais criminosos promoviam intenso tiroteio contra equipes de solo e contra a aeronave. Klaus tem seu nome registrado na Galeria de Heróis da Polícia Federal.


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